terça-feira, 22 de abril de 2008

PRA ONDE VAMOS NO SONO? ("METADE DE MIM É O QUE FALO, MAS A OUTRA METADE É O QUE CALO" - OSWALDO MONTENEGRO)




Desde muito cedo, ainda naquela casinha simples no bairro monte castelo onde nasci, aprendi a conviver com estranhos fenômenos, que me faziam levantar assustado e bater na porta do quarto dos meus pais pra pedir "socorro", quase sempre era a D. Zezinha, codinome de infância de minha mãe, que me acudia naquelas madrugadas de "pesadelos". Que sensação estranha. Escrevo agora estas histórias porque penso que estes fenômenos podem ter acontecido ou estarem acontecendo com alguém e assim, dividir o carregar do "fardo" destas lembranças, e quem sabe colocar um pouco de luz nestas brumas que vivemos. A sensação era quase sempre a mesma; um fervilhar por todo corpo, como se pudessemos sentir todo o corpo fragmentado em bilhões de partes, em um movimento em todas as direções. Começava sempre nos pés e elevando-se lentamente até a cabeça. Minha mãe, muito católica ia logo falando: "reza que passa Robson". Eu rezava em pé no corredor e nada. Bastava fechar os olhos e o fenômeno voltava.


Já se vão mais de quarenta anos do vivenciar aqueles fenômenos. Minha mãe já "partiu" há 28 anos e meu pai há pouco mais de dois anos. Os dois sempre foram muito reservados quando se tratava destes assuntos, por isso tive que garimpar pacientemente as informações a respeito. Lembro-me que aos 15 anos de idade ia diariamente à Biblioteca Pública de São Luis e numa destas visitas deparei-me com um livro de Freud, a teoria dos sonhos, em espanhol. Sem entender por quê me interessei pelo livro escrito na lingua de Cervantes. Comecei a leitura em que o pai da psicanálise tentava explicar os fenômenos que ocorrem durante o período de "repouso". O mestre falava de experiências guardadas no inconsciente, que ficavam presas durante o período desperto, mas que se liberavam durante o processo do sono, falava das censuras do super ego...bem este é um tema bastante debatido e não vou me alongar.


Passados muitos anos destes contatos com as teorias de Freud, continuo minha busca por respostas, que talvez eu nunca encontre. Tenho muitas perguntas sobre o sono, muitas delas ainda sem respostas. Como explicar que determinadas pessoas depois de um simples cochilo após o almoço, acordam com a resposta para questionamentos, ou que idéias até então não pensadas surgem do "nada" após uma noite sono. Afinal, para onde vamos ao dormir ?, existe um mundo paralelo a este que nós percebemos com estes limitados sentidos. Creio que contando uma historinha talvez possamos juntar alguns fios desta meada. No final dos anos noventa eu entrara para a Faculdade Cest no Curso de Terapia Ocupacional, era muito pesado; sete horas de sala de aula, principalmente para quem apresentava o Acorde e Recorde as seis da manhã, Coordenava a Mirante FM, e cursava Radialismo na UFma. Quase surtei. Em meio a este turbilhão de tarefas acabei por desenvolver a tal da pressão alta. Durante um bom tempo fiquei "martelando" a cabeça pra decidir o que deveria abandonar, era fato que deveria abandonar algumas atividades para sobreviver. Foi numa manhã de sábado, um dos raros dias em que podia ficar um pouco mais na cama, que após um sonho, a meu ver explicativo, resolvi abandonar Coordenação de Rádio, Faculdade de Radialismo e me dedicar um pouco mais ao Curso de Terapia Ocupacional. No sonho eu estava em um grande salão com colunas bem grossas, na frente um homem fazia uma palestra, não me lembro o conteúdo, mas me chamava atenção as crianças que estavam deitadas em pequenos colchões no chão do salão, num dado momento uma delas levanta a cabeça com dificuldade e olha na minha direção, era uma criança com hidrocefalia, a cabeça enorme ergue-se com dificuldade e mesmo assim esboça um carinhoso sorriso. Despertei com aquela imagem na cabeça, tomei um banho caprichado e fui pra Mirante para uma reunião de improviso; na sala da Superintendência estavam eu, Evandro atual coordenador, Fernando Sarney e um executivo gaúcho. Em uma conversa rápida entreguei a coordenação que havia sido confiada por quase uma década, deixei temporariamente a apresentação de Acorde e Recorde com outros apresentadores e me lancei a um ostracismo voluntário no período da noite, uma espécie de tentativa de purificação, zerar tudo. E assim permaneci por por um ano.


Na minha volta para o horário matutino uma idéia começava povoar minha cabeça; era hora de mudar, buscar outras possibilidades, não que eu não fosse feliz no que fazia, ali tive a oportunidade de vivenciar total liberdade de expressão, mostrar pra mim mesmo que era possível plantar a semente de um programa para todos os públicos numa emissora que na época buscava públicos classe A e B, uma experiência que até hoje é referência na programação da 96 FM. Mas, por que estou contando estas coisas?, porque mais uma vez é um sonho que define as ações. Levei seis meses gestando a idéia de sair, e depois de um sonho decidi. Era também uma manhã de sábado, no sonho eu estava com toda a equipe da 96 em um Jippe que rodava com dificuldade num solo arenoso, assim como numa duna de Barreirinhas. Num momento desci do carro e empurrei o jippe que deslizou suave como se estivesse em asfalto. Olhei para os que estavam comigo e falei : "vou ali rapidinho e já volto". Eles seguiram, virei-me e surgiu uma estrada asfaltada à minha frente. Entendi que era hora de mudar de rumo, pegar outra estrada. Mais uma vez levantei, tomei banho e fui pedir minha saída da 96. Registre-se aqui a gentileza de Fernando Sarney que não mediu esforços para que tudo fosse resolvido de forma generosa.


Escrevo estas histórias de sono e de profissão, porque muitos amigos e ouvintes não entenderam direito como um sujeito que já passara dos 40 pedia demissão para um vôo desconhecido. Acho que a expressão da música de de Piaf é pontual :"Je non regret rien". Buscar novos vôos, sentir novos ares e se descobrir com novas possibilidades. Aqui, no estúdio da Difusora FM, onde neste momento teclo estas palavras, descobri, que posso mais do que pensava e todo dia aprendo novas possibilidades de falar e de viver. O futuro se faz agora, e quem, como eu, escolheu esta profissão como sacerdócio, vive todo dia uma nova possibilidade de fazer a coisa certa, tentar fazer a coisa certa. Até quando me for possível fazê-lo, o farei com a sensibilidade das brisas e com força dos vulcões. Consciente de que não sou nehum super-homem, ou estrela, ou gênio, pelo contrário, em alguns momentos um homem atormentado pelas "ondas de choque" da vida, mas que vê nelas um impulso necessário à caminho da evolução. Neste novo vôo conto com a coragem e a sensibilidade de Paulinha Lobão, e a ela serei eternamente grato por isso, que não impõe limites na minha capacidade de expressar coisas neste universo mágico da arte de falar.
Leonardo Boff é clássico e aqui cabe a citação :"as palavras estão grávidas de sentido" e espero que Deus me proteja a boca pra que eu possa parir todo dia palavras que possam melhorar a vida daqueles que acordam tão cedo para me ouvir. Necessário também dizer que por muitas vezes não sento a mínima disposição para falar, mas algo que não será compreendido nos compêndios de comunicação, me abre o coração e a mente fazendo fluir as palavras carregadas de sentidos. Mais uma vez busco resposta nas inquietações de personagens singulares da história. Santo Agostinho, muitas vezes diante do altar no momento da eucaristia, repetia lá no fundo da alma :"Senhor não sinto nenhum prazer no que faço, mas sei que possa te dar prazer ao fazê-lo". Assim, dia após dia, me coloco à disposição, me permito, ser instrumento diário com este dom que Deus de forma generosa me ofereceu. Quem sabe um dia possa devolver estes dons de multiplicados ao retornar para os braços de Deus.

quarta-feira, 5 de março de 2008

AFINAL, QUANDO COMEÇA A VIDA?

Estou de volta de umas férias de teclar em meio a uma polêmica que foi parar no STF : Afinal, quando começa a vida, hoje 05.03.08, o Supremo reúne-se para decidir sobre questões que ultrapassam os limites dos compêndios do Direito. Desde os tempos do código de Hamurabi, que estabelecia ainda rudimentares regras de convívio humano, depois de uma barbárie sem fim, não nos defrontávamos com um tema tão grave, delicado. O certo e o errado ganharam contornos gigantescos. Decidir em meio a uma sociedade ainda moldada por um pensamento conservador não é tarefa fácil.
De um lado vejo centenas de casos de doenças ainda sem solução através de uma medicina tradicional. Tetraplégicos, diabéticos e uma outra grande quantidade de casos, vislumbram uma nova possibilidade de cura através do uso de células tronco. A polêmica é : Pode-se "produzir" embriões humanos para servirem de fornecedores de células-tronco para pacientes numa longa fila de espera. Parece simples, mas aí começam as complicações. Afinal, quando começa a vida?, no momento da fusão das células masculina e feminina?, ou apenas quando o coração do feto começa bater. É esta a pergunta que não quer calar. A minha pequena formação em área médica, quando aluno de farmácia, na disciplina de embriologia, não me deixa dúvidas que assombram tantos por aí: sou partidário da corrente que diz que a vida começa no momento da fecundação. Neste momento um ser individualizado com todas as características, biológicas cuidadosamente definidas através de intricadas redes de informação do dna de pai e mãe, heranças genéticas ancestrais, comportamento, enfim tudo que este ser será, já está definido. O coração que só vai bater daqui há alguns meses, já existe em potencial.
Não vou me enveredar por detalhes médicos e nem quero influenciar o seu ponto de vista, porém acho que na pior das hipóteses, necessitamos aprofundar as pesquisas e debates a respeito deste polêmico e importante tema. Prometo voltar depois para falar mais sobre ele.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"MISÉRIA É MISÉRIA EM QUALQUER CANTO, RIQUEZAS SÃO DIFERENTES"


A hipocrisia nossa de cada dia nos embassa a vitrine dos olhos. Quase sempre nos emocionamos com as imagens de crianças, jovens e adultos esquálidos na áfrica abandonada, as lágrimas saltam dos olhos ao assistir ,quase ao vivo, as carnificinas no Oriente Médio, crianças disputando comida com os urubus em algum lixão da América Latina...
De quem a culpa - Minha não, a culpa é do sistema ! - esta resposta vem automaticamente.
Será que de alguma forma, todos nós não temos um pouco de culpa nesta loucura?
É fácil dizer de forma "técnica"que o capitalismo consegue "segurar a onda" de cuidar apenas de dois dos seis bilhões de moradores deste planeta.
Fechamos os olhos para os oitocentos milhões de terráqueos que hoje estão começando e vão terminar o dia na mais absoluta inanição.
A gente tampa os ouvidos para não ouvir que o que os ricos da Europa gastam com animais de estimação (alimento, roupas de grifes, motéis etc), daria para aplacar a fome de milhões de miseráveis. Não que eu tenha nada contra animais de estimação, mas será que tirando as grifes, motéis, não sobraria alguma coisa pra colocar uma "ração" no prato dos humanos?
O que fazer? - Se você é professor, fale em sala de aula, faça como a Alda, crie um Blog "SOS MISÉRIA", se é locutor fale, se é médico, tire um dia do ano para ir à periferia e consultar de graça, afinal o seu dom Deus lhe deu gratuitamente, se é cantor cante uma canção, se é político crie um projeto.
A experiência humana é uma oportunidade única para que possamos fazer valer a lei maior do universo; A LEI DO AMOR. "A gente empurra uma árvore e embala uma estrela".
Onde quer que você esteja, faça a sua parte, por menor que seja, FAÇA-O, POIS QUANDO VOCÊ TERMINAR DE LER ESTE TEXTO MUITOS TERÃO MORRIDO POR FALTA DESTE AMOR.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DEIXAR-SE LEVAR, ROLAR LADEIRA BAIXO...


Muitos já me falaram da experiência de descer o Rio Corda numa bóia. Todos dizem que é uma sensação fantástica, você sobe na bóia e se deixa levar não se sabe pra onde.

De um modo geral boa parte de nossas vidas, nós buscamos um tal equilíbrio. Como aquele homem do circo andando nas alturas apoiando-se num cordão muito fino. A platéia sempre espera o momento em que ele vai despencar sobre a rede de segurança.

No exercício diário desta arte de viver vivenciamos a mesma experiência; tentamos o tempo todo nos protegermos da dúvida, das dores, dos amores, das dívidas, dissabores...como "joão teimoso", caimos e subimos, teimosos. Mas há momentos creio, em que ha necessidade de nos fragmentarmos para recriarmos um quadro melhor da existência... de nos dissolvermos no éter.... Igual aqueles turistas que descem o rio corda de bóia, precisamos nos soltarmos na correnteza, sem saber pra onde ir. Em algum momento a bóia vai parar. E quando quando chegarmos lá embaixo, talvez a gente descubra o sentido da luta do salmão para vencer a correnteza desafiando a gravidade. Talvez a gente descubra que o que nós procuramos está mais perto do que a gente pensa, é barato, possível. Acho que preciso limpar um pouco essa lente embassada que me deixa, com o passar do tempo, um pouco desorientado no meu caminhar.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

IDADE MÉDIA(FOGUEIRAS DE LENHA) - IDADE MÍDIA (FOGUEIRAS VIRTUAIS) - NINGUÉM ESTÁ IMUNE!!




Passados tantos anos daquela vergonhosa ação que vitimou mais de 15 mil cátaros lá pelos idos de 1209 antes da era cristã, ou os atrasos científicos, para não falar de mortes, provocados por uma “santa” inquisição. Estava em jogo a liberdade de expressão, e a morte era só uma questão de tempo, salvo a negação total do expressar. O homem está novamente diante de um grande desafio. Diferente das fogueiras erguidas em praça pública sob os aplausos de uma população ensandecida e sádica da idade média, o homem “moderno” começa queimar na grande rede, de forma asséptica, sem sangue, carne queimada e gritos. O atual processo de multiplicação e divulgação de informações, tem provocado embaraços tão grandes quanto a Rede Mundial.
Se voltarmos no tempo, um pouco antes da invenção da imprensa, ainda em tempos de papiros, que mais pareciam obras de arte, tal o desenho fantástico das letras, um engatinhar da multiplicação de informações. Voltando ao presente, nos vemos diante de uma tela com milhares de ferramentas, sejam de busca, de edição (cores, letras, formas etc). Buscando os primórdios dos correios no reinado de Dário, encontramos os cavalos desbravando as matas em jornadas de até seis meses para levar uma correspondência. Quase sempre, quando chegava ao destinatário, a notícia já caducara há tempos. De volta ao moderno mundo midiático, encontramos os principais jornais on line estimulando os jornalistas de ocasião a escreverem suas notas ou até enviarem fotografias dos fatos por eles flagrados. Talvez alguns até torçam o nariz diante de tal afirmação. Eu quero exatamente criar esta inquietação que irá levá-lo a uma profunda reflexão sobre tão simples processo.
Considerando o tempo que um estudante leva em bancos de Faculdade para compreender e exercitar, não somente o formato da notícia, mas principalmente a responsabilidade de fazê-lo, levando em conta a força que ela pode ter tanto para gerar bons resultados, assim como provocar grandes estragos depois de liberada na Rede.
Já não vivemos os tempos de Idade de medo, quando uns poucos decidiam o que ler e o que não ler, o que era certo e o que era errado, na visão de poucos. Vivemos sim, tempos de liberdade, mas parece que isto nos remete àquela frase famosa :"o preço da liberdade é a eterna vigilância", e que esta afirmação não se confunda com censura, do tipo não li e não gostei, não assisti e não aprovei, fatos característicos de regimes totalitários. Diante da revolução fantástica que salta diante de nossos olhos, através de processamentos em pc’s, celulares, máquinas digitais etc, precisaremos reaprender o verdadeiro da nossa liberdade de expressão.
O fogo que antes vinha da lenha que ardia, tinha um inquisitor com cara endereço etc, agora vem das fogueiras virtuais e o nickname pode esconder mais que um nome moderninho. Vem de todos os lados, com todas as virtudes ou animosidades pertinentes à raça humana. Por isso, todos, estamos diante do tribunal, em julgamento on line, 24 horas por dia. Todos nós em tese, temos o poder de apertar o botão ou botões que vão ferir aquele tranqüilo esquimó lá dos pólos, ou o grande executivo que decide o destino de muitos do alto daquele arranha-céu na Avenida Paulista. Senhores, eu não falo de vírus ou spams, essas pragas modernas, falo do poder da informação, o boato que vira fato com uma velocidade imensurável.
Aqueles que já lançaram seus torpedos virtuais dentro da grande Rede, devem ter a consciência de que esta estrada virtual tem mão dupla. O algoz de hoje poderá ser a vítima de amanhã e vice-versa.
Cientistas da comunicação deverão abrir espaço em seus discursos acadêmicos para uma nova forma de exercer determinadas profissões ligadas à informação. Senão vejamos, haverá necessidade de formamos alunos em Faculdades durante tanto tempo, quando os web jornais estimulam os internautas, sem que para isso seja necessária comprovação de um diploma de formação acadêmica? E locutores, apresentadores de Rádio e Televisão, que hoje já podem disponibilizar na Rede programações destes veículos em formatos web, deverão antes apresentar suas qualificações ?
Estamos diante de novos paradigmas, deste admirável mundo novo, que nos profetizou Huxley, ou a Aldeia Global de McLuhan. Agora "todos" podem se expressar. O desafio é outro. Conhecendo a capacidade do ser humano de se adaptar às circunstâncias, creio que logo descobriremos mecanismos de boa convivência com esta avassaladora modernidade dos meios de comunicação. Para isto deveremos lançar um olhar especial não sobre a máquina. Aqui, mais uma vez, o que está em jogo é a natureza do homem para dominar os processos e colocá-los à serviço da paz, união e evolução da Raça Humana.


*Imagem encontrada no endereço acima: bp3.blogger.com/.../s320/klimt_vita_e_morte.jpg

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

BENDITA CRISE!! BENDITA CRISE!!

Se esta mensagem o sequestrar num momento difícil, acredite; já começou dar tudo certo!. Não é delírio. De um modo geral tratamos a crise como se ela fosse o fim do mundo e cá entre nós, ela é na verdade o fim. Calma, após uma forte ventania, além dos danos materiais, o vento joga pólen pra tudo quanto é lado, sabe o que isto significa?, que mesmo no meio da tragédia, acontecem milagres, os grãos de pólen vão "viajar" quilômetros para fecundar. Curiosamente, quando a pedra rola do alto do morro, ela vem trazendo desgraça, morte, destruição, mas ao mesmo tempo, traz o humus que faz nascer flor no asfalto. Foi durante a segunda guerra mundial, que aconteceram milhares de conversões de pessoas nas várias religiões. Há uma citação de São Paulo na Carta aos Romanos :"porque sabemos que todas as coisas concorrem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus". Tá claro, que não são apenas algumas, são todas. A sabedoria chinesa, diz que quando uma coisa não dá certo, é uma questão de sorte. Estas citações, longe de serem apenas jogos de palavras, são o testemunho da vivência de dores e prazeres da humanidade.
O exemplo maior para nós cristãos, é o próprio sofrimento e morte de Jesus, sem este fato toda nossa fé não teria sentido. Mas é importante lembrar que não devemos ficar mergulhados na dor de Jesus, mas principalmente entender, que foi deste padecer que a luz se fez na ressurreição. Portanto, bendita a crise que nos sacode, que nos tira a casca dos gestos errados, das atitudes mal pensadas. A crise que nos liberta do peso da roupa velha que nos veste. Que mata em nós o homem velho, pra que possa nascer o homem novo. Bendita a crise!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

NOSSA "MALDITA" AUTO-PIEDADE.

Por desconhecer o poder revelador do sofrimento como um mecanismo de "limpeza" dos nossos gestos atabalhoados nesta existência temporal, quase sempre, pintamos nossas dores com as cores de FRIDA KHALO, para que todos que passem por nós vejam que estamos sofrendo, como se isso fosse a melhor coisa do mundo. Difícil é ter a coragem de voltar o filme da própria história numa operação "pente fino" e descobrir que ao longo da vida, por maldade ou não, sem querer ou não, conscientes ou não, lançamos o nosso veneno, cortamos com nossas ações, (garras) afiadas, muitos de nossos afetos e desafetos. O que dói nos outros, raramente, dói em nós, muitas vezes, por uma questão de marketing a gente até fica penalizado e faz questão de transformar isso numa propaganda pessoal. A gente sofre por que o pé tá doendo, quando muitos perderam os pés, a gente sofre por que o sol tá fazendo doer os olhos, quando milhões gostariam de ver o sol, encará-lo de frente, ainda que uma vez. A dor dos outros é sempre MENOR que a nossa, a nossa cruz?, ah" essa é feita de chumbo e carregá-la é um suplício. No meio da nossa GRANDE dor, fazemos caras e bocas, esquecendo que em vários momentos provocamos dores nos outros, quase sempre em nossos gloriosos momentos de felicidade, e a nossa alegria era tanta que nem deu pra ver que essa "luz" queimava os olhos dos outros, que os nossos passos rápidos davam rasteiras nos transeuntes. Agora diante do efeito bumerangue, porque nada passa batido no universo, tudo tem um retorno, ficamos caindo pelos cantos como se fôssemos os mais desvalidos do universo. Por quê será que tudo de mal só acontece comigo ?, será que eu atirei pedra na cruz ?, por que fulano, que é tão mal, se dá sempre bem?, e por aí vai. Todos têm que parar para ver o meu martírio, porque eu sempre fui o bom amigo, o bom marido, a boa esposa, a noiva legal, o chefe que todos queriam ter...tudo manha, pois o tribunal da consciência de todos nós não tira férias nem entra de recesso, neste, a Lei existe para mandar nos homens e não os homens para mandar Lei. Considerando que não há férias neste "departamento", a cada momento somos sentenciados, portanto, temos que conviver o tempo todo com nossas condenações. Alguns mergulham na dor absoluta dos condenados e acham que tudo tá perdido, um erro. Outros fingem que não cometeram os erros apontados e saem por aí mostrando as chagas, quase sempre com efeitos especiais, que as tornam mais pútridas do que realmente são. Você deve tá pensando que o escriba pirou, surtou. Talvez você tenha razão, acho mesmo que a fronteira entre a sanidade e insanidade nem exista. Num segundo surtamos e o mundo fica de cabeça pra baixo.

Antes, portanto de sair por aí expondo as chagas em busca de piedade, tenhamos coragem de olharmos para nossas ações diárias, vai doer muito acredite, mas essa me parece a forma mais correta de encarar a vida, mesmo que doa é preciso mergulhar no próprio ego, quase sempre inflado, para sobreviver. E não adianta ficar de lado como aquela canoa na praia, em pouco tempo ela afunda. A experiência de quem navega aponta que a quilha corta as ondas de frente. Portanto tenhamos a coragem de encarar nossas fragilidades para mudar, e não busquemos nos outros as respostas que queremos, nós somos o produto dos nossos atos e por isso, responsáveis por cada um deles.

NÃO FUJA DOS ABRAÇOS!!!

  • OS ESPECIALISTAS DIZEM QUE PARA SOBREVIVER PRECISAMOS NO MÍNIMO DE 4 ABRAÇOS, DE OITO PARA ESTARMOS RAZOAVELMENTE BEM, E QUE PARA NOS SERTIRMOS BEM NECESSITAMOS DE 12 ABRAÇOS POR DIA. COMO ANDA A SUA CARÊNCIA DE ABRAÇOS? VOCÊ É DO TIPO QUE FOGE DOS ABRAÇOS PARA NÃO TER QUE RETRIBUIR...VOCÊ SE ENQUADRA NESTA ESTATÍSTICA, A DOS FUJÕES DE ABRAÇOS?

VOCÊ JÁ ESQUECEU DOS AMIGOS DA FACULDADE...ESCOLA..DA RUA QUE VC MORAVA...DA CIDADE QUE VC MORAVA...

Qual foi a última vez que você abriu aquela agenda com telefone dos amigos que você via todo dia há dez anos atrás?
Que tal abrir aquela gaveta empoeirada, dar uma espiadinha e disparar dez telefonemas...pode ir agora...eu espero, não tenho pressa, afinal, alguém pode ser resgatado agora pelo seu telefonema. Vá, vá correndo, agora!!!!
What was the last time you opened that calendar with the phone via friends you every day ten years ago? Why not open that dusty drawer, take a look and shoot ten calls ... can go now ... I hope, I have no hurry, after all, someone may be redeemed by its call now. Go, go running, now!!

loding.....

loding.....
pensar.

MANIA MATINAL - EXPERIMENTE ACORDAR MAIS CEDO

MANIA MATINAL - EXPERIMENTE ACORDAR MAIS CEDO
Programa que vai ao ar de segunda a sexta das 05:00 as 07:00 da manhã na Difusora FM. www.sistemadifusora.com.br Acesse e acompanhe em tempo real!!. Música e conversa pra quem veio ao mundo e não perdeu a viagem.(Apresentação : Robson Jr) *** Program that goes to the air Monday to Friday from 05:00 the 07:00 in the morning in Difusora FM. Www.sistemadifusora.com.br Access and monitor in real time!. Music and conversation before who came to the world and not lost the journey. (Presentation: Robson Jr)

PARE!! DÊ UMA ESPIADINHA.

  • experimente ver : Documentário : "Nós que aqui estamos" - um resumo do século XX em uma colagem de imagens e sons.
  • Documentário cult : "Terra, a terceira pedra do sol" (pra ver e guardar - inesquecível)
  • livro : "a descoberta do terceiro olho". (vc não vai encontrá-lo em São Luis, pesquise na Net).
  • Tão Longe, tão perto - Filme imperdível - dificilmente encontrado em São Luis. Vale a busca.

Quem sou?!

São Luis, Maranhão, Brazil
alma inquieta, apaixonado pela profissão. Eu creio que o mundo pode ser melhor e a nossa fala pode nos alavancar os gestos de ternura de que tanto necessitamos. Robson Jr San Luis, Maranhao, Brazil Professional Communication, a soul concerned, the passionate profession. I believe that the world can be better and our leverage in the talks can gestures of tenderness of that need.