terça-feira, 22 de abril de 2008

PRA ONDE VAMOS NO SONO? ("METADE DE MIM É O QUE FALO, MAS A OUTRA METADE É O QUE CALO" - OSWALDO MONTENEGRO)




Desde muito cedo, ainda naquela casinha simples no bairro monte castelo onde nasci, aprendi a conviver com estranhos fenômenos, que me faziam levantar assustado e bater na porta do quarto dos meus pais pra pedir "socorro", quase sempre era a D. Zezinha, codinome de infância de minha mãe, que me acudia naquelas madrugadas de "pesadelos". Que sensação estranha. Escrevo agora estas histórias porque penso que estes fenômenos podem ter acontecido ou estarem acontecendo com alguém e assim, dividir o carregar do "fardo" destas lembranças, e quem sabe colocar um pouco de luz nestas brumas que vivemos. A sensação era quase sempre a mesma; um fervilhar por todo corpo, como se pudessemos sentir todo o corpo fragmentado em bilhões de partes, em um movimento em todas as direções. Começava sempre nos pés e elevando-se lentamente até a cabeça. Minha mãe, muito católica ia logo falando: "reza que passa Robson". Eu rezava em pé no corredor e nada. Bastava fechar os olhos e o fenômeno voltava.


Já se vão mais de quarenta anos do vivenciar aqueles fenômenos. Minha mãe já "partiu" há 28 anos e meu pai há pouco mais de dois anos. Os dois sempre foram muito reservados quando se tratava destes assuntos, por isso tive que garimpar pacientemente as informações a respeito. Lembro-me que aos 15 anos de idade ia diariamente à Biblioteca Pública de São Luis e numa destas visitas deparei-me com um livro de Freud, a teoria dos sonhos, em espanhol. Sem entender por quê me interessei pelo livro escrito na lingua de Cervantes. Comecei a leitura em que o pai da psicanálise tentava explicar os fenômenos que ocorrem durante o período de "repouso". O mestre falava de experiências guardadas no inconsciente, que ficavam presas durante o período desperto, mas que se liberavam durante o processo do sono, falava das censuras do super ego...bem este é um tema bastante debatido e não vou me alongar.


Passados muitos anos destes contatos com as teorias de Freud, continuo minha busca por respostas, que talvez eu nunca encontre. Tenho muitas perguntas sobre o sono, muitas delas ainda sem respostas. Como explicar que determinadas pessoas depois de um simples cochilo após o almoço, acordam com a resposta para questionamentos, ou que idéias até então não pensadas surgem do "nada" após uma noite sono. Afinal, para onde vamos ao dormir ?, existe um mundo paralelo a este que nós percebemos com estes limitados sentidos. Creio que contando uma historinha talvez possamos juntar alguns fios desta meada. No final dos anos noventa eu entrara para a Faculdade Cest no Curso de Terapia Ocupacional, era muito pesado; sete horas de sala de aula, principalmente para quem apresentava o Acorde e Recorde as seis da manhã, Coordenava a Mirante FM, e cursava Radialismo na UFma. Quase surtei. Em meio a este turbilhão de tarefas acabei por desenvolver a tal da pressão alta. Durante um bom tempo fiquei "martelando" a cabeça pra decidir o que deveria abandonar, era fato que deveria abandonar algumas atividades para sobreviver. Foi numa manhã de sábado, um dos raros dias em que podia ficar um pouco mais na cama, que após um sonho, a meu ver explicativo, resolvi abandonar Coordenação de Rádio, Faculdade de Radialismo e me dedicar um pouco mais ao Curso de Terapia Ocupacional. No sonho eu estava em um grande salão com colunas bem grossas, na frente um homem fazia uma palestra, não me lembro o conteúdo, mas me chamava atenção as crianças que estavam deitadas em pequenos colchões no chão do salão, num dado momento uma delas levanta a cabeça com dificuldade e olha na minha direção, era uma criança com hidrocefalia, a cabeça enorme ergue-se com dificuldade e mesmo assim esboça um carinhoso sorriso. Despertei com aquela imagem na cabeça, tomei um banho caprichado e fui pra Mirante para uma reunião de improviso; na sala da Superintendência estavam eu, Evandro atual coordenador, Fernando Sarney e um executivo gaúcho. Em uma conversa rápida entreguei a coordenação que havia sido confiada por quase uma década, deixei temporariamente a apresentação de Acorde e Recorde com outros apresentadores e me lancei a um ostracismo voluntário no período da noite, uma espécie de tentativa de purificação, zerar tudo. E assim permaneci por por um ano.


Na minha volta para o horário matutino uma idéia começava povoar minha cabeça; era hora de mudar, buscar outras possibilidades, não que eu não fosse feliz no que fazia, ali tive a oportunidade de vivenciar total liberdade de expressão, mostrar pra mim mesmo que era possível plantar a semente de um programa para todos os públicos numa emissora que na época buscava públicos classe A e B, uma experiência que até hoje é referência na programação da 96 FM. Mas, por que estou contando estas coisas?, porque mais uma vez é um sonho que define as ações. Levei seis meses gestando a idéia de sair, e depois de um sonho decidi. Era também uma manhã de sábado, no sonho eu estava com toda a equipe da 96 em um Jippe que rodava com dificuldade num solo arenoso, assim como numa duna de Barreirinhas. Num momento desci do carro e empurrei o jippe que deslizou suave como se estivesse em asfalto. Olhei para os que estavam comigo e falei : "vou ali rapidinho e já volto". Eles seguiram, virei-me e surgiu uma estrada asfaltada à minha frente. Entendi que era hora de mudar de rumo, pegar outra estrada. Mais uma vez levantei, tomei banho e fui pedir minha saída da 96. Registre-se aqui a gentileza de Fernando Sarney que não mediu esforços para que tudo fosse resolvido de forma generosa.


Escrevo estas histórias de sono e de profissão, porque muitos amigos e ouvintes não entenderam direito como um sujeito que já passara dos 40 pedia demissão para um vôo desconhecido. Acho que a expressão da música de de Piaf é pontual :"Je non regret rien". Buscar novos vôos, sentir novos ares e se descobrir com novas possibilidades. Aqui, no estúdio da Difusora FM, onde neste momento teclo estas palavras, descobri, que posso mais do que pensava e todo dia aprendo novas possibilidades de falar e de viver. O futuro se faz agora, e quem, como eu, escolheu esta profissão como sacerdócio, vive todo dia uma nova possibilidade de fazer a coisa certa, tentar fazer a coisa certa. Até quando me for possível fazê-lo, o farei com a sensibilidade das brisas e com força dos vulcões. Consciente de que não sou nehum super-homem, ou estrela, ou gênio, pelo contrário, em alguns momentos um homem atormentado pelas "ondas de choque" da vida, mas que vê nelas um impulso necessário à caminho da evolução. Neste novo vôo conto com a coragem e a sensibilidade de Paulinha Lobão, e a ela serei eternamente grato por isso, que não impõe limites na minha capacidade de expressar coisas neste universo mágico da arte de falar.
Leonardo Boff é clássico e aqui cabe a citação :"as palavras estão grávidas de sentido" e espero que Deus me proteja a boca pra que eu possa parir todo dia palavras que possam melhorar a vida daqueles que acordam tão cedo para me ouvir. Necessário também dizer que por muitas vezes não sento a mínima disposição para falar, mas algo que não será compreendido nos compêndios de comunicação, me abre o coração e a mente fazendo fluir as palavras carregadas de sentidos. Mais uma vez busco resposta nas inquietações de personagens singulares da história. Santo Agostinho, muitas vezes diante do altar no momento da eucaristia, repetia lá no fundo da alma :"Senhor não sinto nenhum prazer no que faço, mas sei que possa te dar prazer ao fazê-lo". Assim, dia após dia, me coloco à disposição, me permito, ser instrumento diário com este dom que Deus de forma generosa me ofereceu. Quem sabe um dia possa devolver estes dons de multiplicados ao retornar para os braços de Deus.

quarta-feira, 5 de março de 2008

AFINAL, QUANDO COMEÇA A VIDA?

Estou de volta de umas férias de teclar em meio a uma polêmica que foi parar no STF : Afinal, quando começa a vida, hoje 05.03.08, o Supremo reúne-se para decidir sobre questões que ultrapassam os limites dos compêndios do Direito. Desde os tempos do código de Hamurabi, que estabelecia ainda rudimentares regras de convívio humano, depois de uma barbárie sem fim, não nos defrontávamos com um tema tão grave, delicado. O certo e o errado ganharam contornos gigantescos. Decidir em meio a uma sociedade ainda moldada por um pensamento conservador não é tarefa fácil.
De um lado vejo centenas de casos de doenças ainda sem solução através de uma medicina tradicional. Tetraplégicos, diabéticos e uma outra grande quantidade de casos, vislumbram uma nova possibilidade de cura através do uso de células tronco. A polêmica é : Pode-se "produzir" embriões humanos para servirem de fornecedores de células-tronco para pacientes numa longa fila de espera. Parece simples, mas aí começam as complicações. Afinal, quando começa a vida?, no momento da fusão das células masculina e feminina?, ou apenas quando o coração do feto começa bater. É esta a pergunta que não quer calar. A minha pequena formação em área médica, quando aluno de farmácia, na disciplina de embriologia, não me deixa dúvidas que assombram tantos por aí: sou partidário da corrente que diz que a vida começa no momento da fecundação. Neste momento um ser individualizado com todas as características, biológicas cuidadosamente definidas através de intricadas redes de informação do dna de pai e mãe, heranças genéticas ancestrais, comportamento, enfim tudo que este ser será, já está definido. O coração que só vai bater daqui há alguns meses, já existe em potencial.
Não vou me enveredar por detalhes médicos e nem quero influenciar o seu ponto de vista, porém acho que na pior das hipóteses, necessitamos aprofundar as pesquisas e debates a respeito deste polêmico e importante tema. Prometo voltar depois para falar mais sobre ele.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"MISÉRIA É MISÉRIA EM QUALQUER CANTO, RIQUEZAS SÃO DIFERENTES"


A hipocrisia nossa de cada dia nos embassa a vitrine dos olhos. Quase sempre nos emocionamos com as imagens de crianças, jovens e adultos esquálidos na áfrica abandonada, as lágrimas saltam dos olhos ao assistir ,quase ao vivo, as carnificinas no Oriente Médio, crianças disputando comida com os urubus em algum lixão da América Latina...
De quem a culpa - Minha não, a culpa é do sistema ! - esta resposta vem automaticamente.
Será que de alguma forma, todos nós não temos um pouco de culpa nesta loucura?
É fácil dizer de forma "técnica"que o capitalismo consegue "segurar a onda" de cuidar apenas de dois dos seis bilhões de moradores deste planeta.
Fechamos os olhos para os oitocentos milhões de terráqueos que hoje estão começando e vão terminar o dia na mais absoluta inanição.
A gente tampa os ouvidos para não ouvir que o que os ricos da Europa gastam com animais de estimação (alimento, roupas de grifes, motéis etc), daria para aplacar a fome de milhões de miseráveis. Não que eu tenha nada contra animais de estimação, mas será que tirando as grifes, motéis, não sobraria alguma coisa pra colocar uma "ração" no prato dos humanos?
O que fazer? - Se você é professor, fale em sala de aula, faça como a Alda, crie um Blog "SOS MISÉRIA", se é locutor fale, se é médico, tire um dia do ano para ir à periferia e consultar de graça, afinal o seu dom Deus lhe deu gratuitamente, se é cantor cante uma canção, se é político crie um projeto.
A experiência humana é uma oportunidade única para que possamos fazer valer a lei maior do universo; A LEI DO AMOR. "A gente empurra uma árvore e embala uma estrela".
Onde quer que você esteja, faça a sua parte, por menor que seja, FAÇA-O, POIS QUANDO VOCÊ TERMINAR DE LER ESTE TEXTO MUITOS TERÃO MORRIDO POR FALTA DESTE AMOR.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

DEIXAR-SE LEVAR, ROLAR LADEIRA BAIXO...


Muitos já me falaram da experiência de descer o Rio Corda numa bóia. Todos dizem que é uma sensação fantástica, você sobe na bóia e se deixa levar não se sabe pra onde.

De um modo geral boa parte de nossas vidas, nós buscamos um tal equilíbrio. Como aquele homem do circo andando nas alturas apoiando-se num cordão muito fino. A platéia sempre espera o momento em que ele vai despencar sobre a rede de segurança.

No exercício diário desta arte de viver vivenciamos a mesma experiência; tentamos o tempo todo nos protegermos da dúvida, das dores, dos amores, das dívidas, dissabores...como "joão teimoso", caimos e subimos, teimosos. Mas há momentos creio, em que ha necessidade de nos fragmentarmos para recriarmos um quadro melhor da existência... de nos dissolvermos no éter.... Igual aqueles turistas que descem o rio corda de bóia, precisamos nos soltarmos na correnteza, sem saber pra onde ir. Em algum momento a bóia vai parar. E quando quando chegarmos lá embaixo, talvez a gente descubra o sentido da luta do salmão para vencer a correnteza desafiando a gravidade. Talvez a gente descubra que o que nós procuramos está mais perto do que a gente pensa, é barato, possível. Acho que preciso limpar um pouco essa lente embassada que me deixa, com o passar do tempo, um pouco desorientado no meu caminhar.

NÃO FUJA DOS ABRAÇOS!!!

  • OS ESPECIALISTAS DIZEM QUE PARA SOBREVIVER PRECISAMOS NO MÍNIMO DE 4 ABRAÇOS, DE OITO PARA ESTARMOS RAZOAVELMENTE BEM, E QUE PARA NOS SERTIRMOS BEM NECESSITAMOS DE 12 ABRAÇOS POR DIA. COMO ANDA A SUA CARÊNCIA DE ABRAÇOS? VOCÊ É DO TIPO QUE FOGE DOS ABRAÇOS PARA NÃO TER QUE RETRIBUIR...VOCÊ SE ENQUADRA NESTA ESTATÍSTICA, A DOS FUJÕES DE ABRAÇOS?

VOCÊ JÁ ESQUECEU DOS AMIGOS DA FACULDADE...ESCOLA..DA RUA QUE VC MORAVA...DA CIDADE QUE VC MORAVA...

Qual foi a última vez que você abriu aquela agenda com telefone dos amigos que você via todo dia há dez anos atrás?
Que tal abrir aquela gaveta empoeirada, dar uma espiadinha e disparar dez telefonemas...pode ir agora...eu espero, não tenho pressa, afinal, alguém pode ser resgatado agora pelo seu telefonema. Vá, vá correndo, agora!!!!
What was the last time you opened that calendar with the phone via friends you every day ten years ago? Why not open that dusty drawer, take a look and shoot ten calls ... can go now ... I hope, I have no hurry, after all, someone may be redeemed by its call now. Go, go running, now!!

loding.....

loding.....
pensar.

MANIA MATINAL - EXPERIMENTE ACORDAR MAIS CEDO

MANIA MATINAL - EXPERIMENTE ACORDAR MAIS CEDO
Programa que vai ao ar de segunda a sexta das 05:00 as 07:00 da manhã na Difusora FM. www.sistemadifusora.com.br Acesse e acompanhe em tempo real!!. Música e conversa pra quem veio ao mundo e não perdeu a viagem.(Apresentação : Robson Jr) *** Program that goes to the air Monday to Friday from 05:00 the 07:00 in the morning in Difusora FM. Www.sistemadifusora.com.br Access and monitor in real time!. Music and conversation before who came to the world and not lost the journey. (Presentation: Robson Jr)

PARE!! DÊ UMA ESPIADINHA.

  • experimente ver : Documentário : "Nós que aqui estamos" - um resumo do século XX em uma colagem de imagens e sons.
  • Documentário cult : "Terra, a terceira pedra do sol" (pra ver e guardar - inesquecível)
  • livro : "a descoberta do terceiro olho". (vc não vai encontrá-lo em São Luis, pesquise na Net).
  • Tão Longe, tão perto - Filme imperdível - dificilmente encontrado em São Luis. Vale a busca.

Quem sou?!

São Luis, Maranhão, Brazil
alma inquieta, apaixonado pela profissão. Eu creio que o mundo pode ser melhor e a nossa fala pode nos alavancar os gestos de ternura de que tanto necessitamos. Robson Jr San Luis, Maranhao, Brazil Professional Communication, a soul concerned, the passionate profession. I believe that the world can be better and our leverage in the talks can gestures of tenderness of that need.