Estou de volta de umas férias de teclar em meio a uma polêmica que foi parar no STF : Afinal, quando começa a vida, hoje 05.03.08, o Supremo reúne-se para decidir sobre questões que ultrapassam os limites dos compêndios do Direito. Desde os tempos do código de Hamurabi, que estabelecia ainda rudimentares regras de convívio humano, depois de uma barbárie sem fim, não nos defrontávamos com um tema tão grave, delicado. O certo e o errado ganharam contornos gigantescos. Decidir em meio a uma sociedade ainda moldada por um pensamento conservador não é tarefa fácil.
De um lado vejo centenas de casos de doenças ainda sem solução através de uma medicina tradicional. Tetraplégicos, diabéticos e uma outra grande quantidade de casos, vislumbram uma nova possibilidade de cura através do uso de células tronco. A polêmica é : Pode-se "produzir" embriões humanos para servirem de fornecedores de células-tronco para pacientes numa longa fila de espera. Parece simples, mas aí começam as complicações. Afinal, quando começa a vida?, no momento da fusão das células masculina e feminina?, ou apenas quando o coração do feto começa bater. É esta a pergunta que não quer calar. A minha pequena formação em área médica, quando aluno de farmácia, na disciplina de embriologia, não me deixa dúvidas que assombram tantos por aí: sou partidário da corrente que diz que a vida começa no momento da fecundação. Neste momento um ser individualizado com todas as características, biológicas cuidadosamente definidas através de intricadas redes de informação do dna de pai e mãe, heranças genéticas ancestrais, comportamento, enfim tudo que este ser será, já está definido. O coração que só vai bater daqui há alguns meses, já existe em potencial.
Não vou me enveredar por detalhes médicos e nem quero influenciar o seu ponto de vista, porém acho que na pior das hipóteses, necessitamos aprofundar as pesquisas e debates a respeito deste polêmico e importante tema. Prometo voltar depois para falar mais sobre ele.